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Goethe-Institut celebra 50 anos em Portugal com música afro-portuguesa

MAIS ÁFRICA

Goethe-Institut celebra 50 anos em Portugal

Estilos africanos como como o kuduro e o funaná atrairam jovens para uma tarde de música no jardim do Instituto Alemão de Lisboa, que comemora meio século de vida a 1 de outubro.

O Goethe-Institut abriu as portas para uma tarde diferente, dia 22 de setembro. Timidamente, as pessoas chegavam aos poucos ao jardim do Instiuto Alemão, no Campo Mártires da Pátria, em Lisboa.

No palco, jovens africanos e portugueses ajustavam o som, uma batida muito caraterística compõe música de dança de matriz afro-portuguesa. Surgido nesta última década, na periferia da capital portuguesa, este género inspira-se em estilos africanos, como o kuduro, a kizomba, o semba, o funaná, entre outros. No entanto, a música afro-portuguesa mantem-se ainda no anonimato mediático.

Goethe-Institut em Lisboa Goethe-Institut em Lisboa

Segundo Pedro Gomes, co-fundador da associação cultural Filho Único, que organizou com o Goethe-Institut a iniciativa cultural, a música afro-portuguesa “é um mundo de produção musical. Talvez enquanto comunidade musical, é a mais importante e vital em território nacional. Mas fora dos bairros, ninguém tem noção disto”.

É preciso mais divulgação

No sentido de dar mais divulgação a esta música, o Goethe-Institut convidou criadores e produtores de estilo musical afro-português. A ideia partiu de Pedro Gomes, da Associação Filho Único, que lamenta que “falta contato, diálogo, formação, contextualização, difusão. A questão é que a música é tão boa, tão forte e tão imediata que basta apresentar a música com as condições certas, no contexto certo que começa a funcionar imediatamente. Esse é um trabalho de agregação de públicos que nós começamos agora”.

O som da batida afro-portuguesa atraiu várias pessoas que se juntaram no jardim do Instituto Alemão, à medida que iam saindo os primeiros grelhados no pão, acompanhados de cerveja alemã.

DJ angolano Liofox e DJ Nervoso DJ angolano Liofox e DJ Nervoso

Este novo som criado pelos próprios DJs, com origem nos subúrbios e bairros da grande Lisboa, parece estar a ganhar o seu espaço próprio. Segundo o DJ angolano Liofox, as pessoas que assistem “reagem bem, falam que tocam ‘fixe’, o vosso som dá sucesso”.

Para Marfox, DJ português de origem são-tomense, “estar aqui é uma prova de que as coisas estão a caminhar no bom sentido e que, num futuro próximo, podemos caminhar por estradas ainda mais largas”. Também para Kolt, DJ são-tomense, a iniciativa do Goethe-Institut “tem todo o significado porque isto é uma produção nossa e estamos a tocar os nossos sons”.

A música é veículo de diálogo cultural

A música afro-portuguesa está a conquistar espaço contra aquilo a que Pedro Gomes chama de uma espécie de "apartheid cultural". A associação Filho Único funciona como uma espécie de caça ao talento artístico, contribuindo também para fomentar o diálogo entre os grupos dos bairros onde ainda há muita segregação.

Festa de música afro-portuguesa nas comemorações dos 50 anos dos Goethe-Institut em Lisboa Festa de música afro-portuguesa nas comemorações dos 50 anos dos Goethe-Institut em Lisboa

Com o tempo, reconhecem os músicos, este estilo tem qualidade e potencial para ganhar escala nacional e internacional.

Pela sua sensibilidade cultural, o diretor do Goethe-Institut, Joachim Bernauer, sublinha a amplitude do estilo musical e integrou-o no projeto de comemorações dos 50 anos do Instituto, pois, "a nossa preocupação é que não queremos ficar velhos. E achamos importantíssimo mantermos o diálogo com toda a cultura à nossa volta”, sustenta.

Com esta iniciativa, o Instituto conseguiu atrair um novo público mais amplo e diversificado do que tem sido habitual. A iniciativa contribuiu, pois, para o diálogo humano e intercultural, através da música.

Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Glória Sousa / António Rocha

Goethe-Institut celebra 50 anos em Portugal

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