Por: Redacção / Rita Leça | 4- 10- 2012 12: 35
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O deputado socialista Francisco Assis subiu ao púlpito do Parlamento para afirmar: «O Governo merece, na verdade, ser censurado».
Na
sua declaração, durante o debate sobre as duas moções de censura, apresentadas pelo PCP e Bloco de Esquerda, Francisco Assis
justificou que o PS optou «responsavelmente pela abstenção».
O socialista acusou o executivo de «incompetência política,
sectarismo doutrinário e arrogância tecnocrática» e de estar «mal e cada vez mais isolado».
Já quanto aos autores
das duas moções de censura, PCP e BE, Assis acusou-os de repetirem «o erro histórico» de querer «estabelecer uma demarcação
entre a extrema-esquerda e a esquerda parlamentar» e por essa via «ser útil à direita».
O ex-presidente do grupo
parlamentar do PS no segundo Governo de José Sócrates e adversário de Seguro na anterior corrida à liderança do PS avisou
ainda Passos: «O senhor primeiro-ministro vai hoje conseguir resistir às duas moções de censura que serão aqui votadas, mas
esse não é verdadeiramente o seu problema, o seu drama é outro, o senhor corre sérios riscos de não resistir a si próprio,
nem aos desvarios do seu Governo».
«O que o país quer é que haja um sentido nesse caminhar, que haja uma esperança»,
rematou Assis que garantiu que este é o papel do PS.
Já antes, António José Seguro acusou o Governo de estar «coladinho
à troika» e ser «incapaz de ter uma posição em defesa de Portugal».
«Pois eu vou-lhe dizer, o senhor pode estar junto
da troika, que nós no PS estaremos junto dos portugueses a defender Portugal».
Em resposta, Passos Coelho
apontou o dedo ao PS: «Se tivéssemos feito o que os senhores queriam, que era aumentar despesa, o défice teria disparado».
E
dirigiu-se para Seguro: «O senhor tem de se decidir. Ou quer corrigir as contas de Portugal, com o sofrimento que o processo
impõe, ou então não quer. Parece-me claro que o PS não tem uma alternativa, quer apenas agradar a gregos e troianos», considerando
que o líder socialista «não se distingue verdadeiramente do Bloco de Esquerda».
E rematou: «Nós conseguimos evitar
uma nova deslocação da troika a Portugal para conseguir fechar o exercício do quinto exame regular. Teria sido muito mau sinal
que o país tivesse precisado de uma segunda visita da troika para que Portugal conseguisse completar o quinto exame».
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